domingo, 23 de janeiro de 2011

Tamanho é Documento?

Sou um admirador da Apple. Mas, ao contrário dos aficcionados por gadgets, não corro a comprar a última novidade, como o IPad, que deve ser ótimo. Ocorre que minhas poucas experiências com os IProducts  foram sempre positivas. Um simples IPod que tenho há alguns anos resolveu vários problemas ocupando muito menos espaço que seus antecessores.
Meu IPod Nano original é a 3ª geração. Uso-o há mais de 3 anos. E, acreditem se quiser, até hoje não deu nenhum problema, sendo usado diariamente. Um belo dia, e foi um dia triste, eu o perdi. Passei o dia procurando, quando recebi um aviso: estava com os seguranças da faculdade, fora encontrado junto ao portão. O pobrezinho havia caído quando abri a porta do carro, ficou lá o dia todo, foi amassado por carros que passaram por cima  ̶  e continua funcionando normalmente.
Os problemas resolvidos: por causa doCD player (com frente destacável), tive meu carro arrombado pelo menos seis vezes. Instalei um amplificador, que fica escondido, e conecto-o ao IPod. O som é ótimo, e nunca mais encontrei meu carro coberto de vidro quebrado. O aparelho anterior era um MP3 player – que pela sua dificuldade de manuseio nem poderia ser considerado um similar. O IPod também substituiu os desajeitados CD players ‘portáteis’ que usava para dar aulas de inglês. Basta levar duas caixinhas de som, e pronto. E vídeos podem ser baixados e assistidos em sua tela.
Acabo de ganhar um novo IPod Nano do meu amigo Robert. Que, comparado ao anterior, é uma versão em miniatura. Aí surge a questão: por que reduzir o que já era pequeno?
Há alguma coisa mal explicada na miniaturização dos eletrônicos. Não há dúvida de que o menor é mais prático, mais leve, mais barato. Mas suspeito que seja o status agregado que lhe dá valor. Tudo começou com os japoneses. Depois da segunda guerra, eles se especializaram na miniaturização de eletrônicos, e foi justamente aí que o Japão passou a ser a segunda potência do planeta. Os nipônicos se tornaram modelos a ser seguidos. E a verdade é que ainda estão na liderança desse movimento.
Hoje, isso tem o nome de Nanotecnologia. Trata-se de uma possibilidade já imaginada em 1956 pelo Nobel de Física Richard Feynman. Ele estimou que o limite das miniaturas seria o de componentes um pouco maiores do que um átomo.  E nanômetro é justamente a unidade de comprimento um milhão de vezes menor que o milímetro (o que é pouco maior que um átomo). Nanotecnologia tem a ver com tecnologias baseadas em componentes que têm entre 1 e 100 nanômetros. Ou seja, hoje já existem componentes, ou partes deles, do tamanho de alguns átomos.

Mas nada disso me convence que o último IPod é melhor do que os primeiros. OK, nos admiramos ao ver algo um pouco maior que uma moeda de 1 real conter 16 Gigabites de memória e ainda servir como uma pequena televisão. Além disso, tem rádio e funções inovadoras. A parte de trás tem um clipe que serve para prendê-lo a qualquer parte da roupa. Mas perdeu a ‘roda clicável’ que permitia o controle exclusivamente com o tato. Agora, não. É preciso olhar bem a sua tela multi-touch para ver onde clicar. E por isso apareceram botõezinhos de metal na parte superior. A miniaturização, como se vê, pode dificultar a manipulação de um objeto – o que num carro é perigoso. Mas alguém vai acreditar nisso? Acho que não. Logo nos tornaremos habitantes de Liliput e talvez um gigante nos devore.

2 comentários:

  1. Amanda Gonçalves da Silva22 de fevereiro de 2011 às 10:56

    Na era digital e globalizada em que vivemos definitivamente tamanho não é documento, se tratando dos avanços tecnológicos que ocorrem aceleradamente a cada dia.
    Não só no setor de "MPs" e IPods, mas em toda gama de produtos (eletrônicos, eletroportáteis, informática, utilidades domésticas e etc); ocorrendo sempre um lançamento atrás do outro em que nenhum ser humano é capaz de acompanhar a não ser os próprios criadores (se é que até eles conseguem descartar tão facilmente um produto novo).
    A questão é que a nanotecnologia não foi apenas uma inovação excepcional da atualidade, fora isso, ela virou moda principalmente entre a juventude, que vive em uma fase de afirmação na sociedade e necessita de alguns artifícios para conseguir o "status" tão desejado. Ou seja, o jovem utiliza frequentemente de recursos tecnológicos para impressionar e se destacar, causando furor dentro do grupo social pelo qual ele convive.
    Concluindo, a indústria moderna sabendo disto e investindo neste conceito com a intenção de vender cada dia mais, não para de inovar; a população cada vez mais consumidora, enriquece os fabricantes de tais produtos, fica cada vez mais endividada e cria um círculo vicioso de crédito e dívida, que é exatamente o que o mercado precisa para continuar em pé!

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  2. Na maioria das vezes as pessoas se preocupam com
    o seu tamanho mas no que diz a respeito de obejetos,pricipalmente aparelhos eletronicos á historia é diferente,a cada dia que passa esses aparelhos diminuem com a chegada da nanotcnologia deu mais impulso a esse mercado de miniaturas.
    É evidente que ter um aparelho com varias funçoes,pequeno,pratico e barato logo cai no gosto das pessoas que vivem em um mundo em que tudo tem que ser rapido e pratico.portanto quanto mais facíl de usar melhor e nesse caso tamanho não é documento.

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