terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Polêmica do Professor de Santos

Um professor de matemática do primeiro ano do ensino médio de uma escola estadual de Santos, na Baixada Santista, está sendo acusado de fazer apologia ao crime por passar aos alunos seis exercícios com enunciados baseados em tráfico de entorpecentes, prostituição, roubo de veículos, assassinato e uso de armas de fogo. Nas questões, o professor pergunta, por exemplo, quantos clientes cada prostituta deverá atender para que o cafetão compre uma dose diária de crack . (Jornal da Tarde, 19/02/2011).
Raras vezes o assunto ‘Educação’ dá manchete de primeira página. Como o professor de Santos não se pronunciou ainda, cabe a nós imaginar o que havia por trás da polêmica. Evidentemente, há muita gente condenando, achando tudo um absurdo. Como podem os puros e ingênuos alunos serem expostos a esse conteúdo? Por essas e outras é que o professor já está sendo indiciado por apologia ao crime.
Mas, cá entre nós, isso é Paulo Freire. Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) indicam que o professor deve adaptar a sua matéria à realidade do aluno. Não era isso que ele estava fazendo? Ele também perguntava sobre roubo de carros, disparos com armas etc. Será que os alunos vivem essa realidade?
Sobram dúvidas. Mas, imaginando o cotidiano desse professor, arrisco dizer que ele não estava fazendo apologia ao crime coisa nenhuma. Esses exercícios podem ter sido, apenas, uma tentativa desesperada (ou revoltada) de capturar a atenção dos alunos. E isso não é nada fácil, como sabemos nós, professores.  É muito provável que os alunos conversem sobre esses assuntos. É possível que estejam próximos dessa realidade. Nem por isso acho que a ideia foi boa. Mesmo que tenha sido uma piada, foi uma piada de mau-gosto. Nenhum professor deveria naturalizar o crime, torná-lo banal. Isso é claro.
Menos claras são as reações das autoridades. Na tentativa de provar que a juventude é defendida, que os jovens estão numa redoma de vidro – à prova de balas – condena-se imediatamente o professor, instaura-se um inquérito. OK. Que tal ir pessoalmente onde moram os alunos e verificar se de fato eles não caminham entre balas perdidas? É sempre mais fácil achar um bode-expiatório do que constatar a precariedade do nosso sistema social. Sai mais barato.
A geleia geral da hipocrisia brasileira impede que possamos avaliar cada situação de maneira imparcial. Mas na matéria do Jornal da Tarde havia o depoimento de pais e alunos defendendo o professor. E por experiência sei que o adolescente não precisa morar no Jardim Ângela para gostar de armas de fogo e violência – basta ver filmes americanos. Falta ainda a informação de que aquelas perguntas polêmicas já circulavam na Internet. Essa é exatamente uma das estratégias que já usei em sala, usar textos e vídeos que se tornaram populares.

Como se vê, condenar é fácil, compreender é sempre mais difícil. Mas se você é um dos que acham que os jovens devem ser poupados desses temas, que tal exigir que haja mais investimento na escola pública? Que tal exigir que a escola seja mais comprometida com a própria realidade, no sentido de melhorá-la? Para isso, é claro, não basta fazer problemas do tipo: “Todos os dias cada aluno trouxe uma maçã para a professora. Quantas maçãs ela terá comido no fim do mês?” Porque a resposta será uma grande indigestão.

11 comentários:

  1. Estamos no seculo XXI sabemos que a violência é muito grande hoje em dia, mais saber que um professor ensina matemática assim, é simplesmente o fim do mundo. Na minha época a professora ensina a contar laranja, palito de sorvete etc. Acho isso um absurdo, o planeta terra pede socorro.

    Jessica M.

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  2. Sinceramente isso foi ridículo, pois até parece que os alunos não sabem disso, se duvidar até crianças de 8 anos já sabem disso. A técnica desse professor pode ter sido sim chamar atenção dos alunos, já que problemas de matemática não atraem os alunos normalmente, e se envolver um assunto desse pode atingir melhores resultados e interesse dos alunos. Para mim aqueles que acham um absurdo o professor ter feito isso está totalmente fora da realidade, porque a violência está demais.

    Bianca Alves - Turismo - manhã

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  3. Eu Penso que todos os dias não só os adolescentes mas todo o mundo é obrigado a conviver com muita violência. Com certeza na escola os alunos conversam sobre fatos da atualidade etc, mas até ai o professor obrigar os alugar a entrar ainda mais nesse assunto promovendo a violência como matéria escolar ?!.. Achei isso demais. Talvez o unico lugar onde eles não veem tão de perto ou não falam sobre violência é na escola e o professor faz o favor de envolver além de tudo na sua própria matéria??! Achei Errado da parte dele.

    Giovanna Elia - Turismo/ Manhã Faculdades Torricelli

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  4. Acho que a intenção do professor foi boa pois ele quis realmente capturar a atenção dos alunos numa tentativa desesperada (estou dizendo isso sem saber a vida dele), mas como já foi dito antes ele não fez nada de errado, agem como se eles já não soubessem disso antes que ele tivesse proposto um simples exercício.

    Thais Sandes da Silva - 1° Semestre Letras - Torricelli

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  5. Não creio q os alunos sejam de tudo inocêntes, mas é exagero ir até esses extremos, há outras formas de se chamar atenção de ums classe

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  6. Com certeza esse professor viu o episódio do seriado americano "Todo mundo odeia o Chris" onde Jerome(personagem de um malandro) explica(na imaginação do narrador) matemática(algebra) para algumas crianças, a aula é mais ou menos assim: "Olha, tem 06 aps(apartamentos) e 12 moradores nesse prédio, se x for igual ao numero de aps com televisões e y é igual ao numero de pessoas trabalhando, quantas tvs agente pode roubar?"
    Foi uma piada...

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  7. M D M
    EU APROVO A CRIATIVIDADE DO PROFESOR , PQ A ENTENÇAO FOI BOA SO QUE E ENTEPRETADA DE UMA MANEIRA RUIM,ACHO QUE A COISA QUANTO MAIS RUIM MAIS DEVE SER FALADA,FALTOU UM TEMA, H I V.

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  8. A atitude do professor não foi legal.Convivemos diariamente com essa realidade,mas não cabe ao professor utilizar dessas situações como metódo de ensino,como mãe que sou eu desaprovo totalmente.

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  9. Eu não aprovo; na verdade o professor queria chamar a atenção dos alunos mais não sabia de qual maneira .Então se própos usar fatos que não pertence a sua matéria.



    Dayane conceição Torricelli Letras manhã

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  10. Amanda Gonçalves da Silva - Turismo 1°Sem./M10 de maio de 2011 às 14:54

    A escolha do tal professor foi indiscutivelmente infeliz em utilizar estes recursos para atrair a atenção dos alunos, se é que esta foi mesmo sua intenção.
    A educação brasileira está mesmo indo de mal a pior, uma hora é um professor utilizando um cenário de prostituição ou de bandidagem, outra é algum aluno que quer matar o professor, ou ainda algum professor que bate em uma criança que não sabe nem falar direito. Enfim, entre outros absurdos da educação nacional podemos concluir que todos somos responsáveis de alguma forma pelo país onde vivemos.
    Como aluna sei que há jovens que iriam adorar aprender o conteúdo de forma tão baixa, isso é uma verdade, mas também há outros que esperam por mudanças no ensino pois estão de olho em um futuro melhor, esperando não ser a personagem de algum desses problemas. Cabe aos bons se manifestarem de forma contrária, pois se assim não for, nada mudará.

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  11. ingrid dos Santos 1°sem hotelaria4 de junho de 2011 às 07:15

    A violencia existe, todo mundo sabe,é claro que não é passando exercicios baseado em drogas,criminalidade,prostituição que as coisas vão melhorar, principalmente porque é na escola que os alunos tem a opotunidade de se tornarem alguen no futuro mas baseados em outros conceitos como etica,moral,respeito pelo proximo entre outros,pode ser que o professor buscou uma forma de prender a atenção dos alunos e talvez a da sociedade mas foi de uma forma errada é preciso cobrar do governo medidas eficazes para mudar essa realidade,á educação é a base para formar uma sociedade futura melhor.

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